Still relatively unknown in the United States, Nelson Rodrigues (1912 -1980) is considered by many to be Brazil's greatest playwright. He wrote seventeen full-length plays, as well as movie scripts, soap operas and novels. The fifty-eight stories in this collection are gathered from his famous newspaper column, A Vida Como Ela E (Life As It Is). Written in the 1950s, these stories have since been republished numerous times in Brazil and have been adapted for theater, television and cinema. As strange and unnerving puzzle pieces, Rodrigues' stories expose the psychological fragility of Rio de Janeiro's middle class and offer a disquieting glimpse of the truth that lies behind the mundane facade of polite society. The characters we encounter in Life As It Is are recurring archetypes in Rodrigues' dramatic oeuvre - betrayed lovers and child molesters; murderers and gigolos - and their twisted interactions read like an inventory of mortal sins, with adultery, abuse, incest, prostitution and murder seemingly at every turn. Brutally funny, mournful, and outraged, these superbly crafted vignettes deliver a masterful blend of humor and pathos. Available in English for the first time, Life As It Is provides a beguiling showcase for the mordant wit and biting insights of one of the twentieth century's most singular talents.
Nelson Falcão Rodrigues (August 23, 1912 – December 21, 1980) was a Brazilian playwright, journalist and novelist. In 1943, he helped usher in a new era in Brazilian theater with his play Vestido de Noiva (The Wedding Dress), considered revolutionary for the complex exploration of its characters' psychology and its use of colloquial dialog. He went on to write many other seminal plays and today is widely regarded as Brazil's greatest playwright.
Nelson Rodrigues was born on August 23, 1912 in Recife, the capital of the Brazilian state of Pernambuco, to Mario Rodrigues, a journalist, and his wife, Maria Esther Falcão. In 1916, the family moved to Rio de Janeiro after Mario ran into trouble for criticizing a powerful local politician. In Rio, Mario rose through the ranks of one of the city's major newspaper and, in 1925, launched his own newspaper, a sensationalist daily. By fourteen Nelson was covering the police beat for his father; by fifteen he had dropped out of school; and by sixteen he was writing his own column. The family's economic situation improved steadily, allowing them to move from lower-middle class Zona Norte to what was then the exclusive neighborhood of Copacabana.
In less than two years the family's fortunes would be reversed spectacularly. In 1929, older brother Roberto, a talented graphic artist, was shot and killed at the newspaper offices by a society lady who objected to the salacious coverage of her divorce. Devastated by his son's death, Mario Rodrigues died a few months later of a stroke, and shortly after that the family newspaper was closed by military forces supporting the Revolution of 1930, which the newspaper had fiercely opposed in its editorials. The ensuing years were dark ones for the Rodrigues family, and Nelson and his brothers were forced to seek work at rival newspapers for low wages. To make matters worse, in 1934 Nelson was diagnosed with tuberculosis, a disease that plagued him, on an off, for the next ten years.
During this time Rodrigues held various jobs including comic strip editor, sports columnists and opera critic. In 1941, he wrote his first play A Mulher Sem Pecado (The Woman Without Sin), to mixed reviews. His following play, Vestido de Noiva (The Wedding Dress), was hailed as a watershed in Brazilian theater and is considered among his masterpieces. It began a fruitful collaboration with Polish émigré director Zbigniew Ziembinski, who is reported to have said on reading The Wedding Dress, "I am unaware of anything in world theater today that resembles this." In the play, set while the female chief character is hit by a car in the street and undergoes surgery, the stage is divided in three planes: one for real life action happening around the character, another for her memories, a third for her dying hallucinations. As the three planes overlap, actual reality melds with memory and delusion[1].
Rodrigues's next play, 1946 Álbum de família (Family Album)- the chronicle of a semi-mythical family living outside society and mired in incest, rape and murder - was so controversial that it was censored and only allowed to be staged 21 years later.
In all, Rodrigues wrote 17 full-length plays. They include Toda Nudez Será Castigada (All Nudity Shall Be Punished), Dorotéia, and Beijo no Asfalto (The Asphalt Kiss, or , better, The Kiss on Asphalt[2]), all considered classics of the Brazilian stage. His plays are frequently divided in three groups: Psychological, mythical and Carioca tragedies. In his Carioca tragedies Rodrigues explored the lives of Rio’s lower-middle class, a population never deemed worthy of the stage before Rodrigues. From the beginning his plays shocked audiences and attracted the attention of censors.
In spite of his success as a playwright, Rodrigues never dedicated himself exclusively to theater. In the 1950s, besides writing the hugely successful column A Vida Como Ela É (Life As It Is), he also wrote soap operas, movie scripts, a
Life As It Is in the beginning was Nelson Rodrigues view of Brazilian reality as published in a Rio de Janeiro newspaper between 1950 and 1960. Now his columns are united here in a wonderful collection of chronicles. Nelson Rodrigues is a great Brazilian writer, well known for his plays. In these short stories, sometimes very tragic, he talks about jealousy and obsession, moral dilemmas, envy, indiscriminate desires, adultery and sex.
It was a product of its time, and should be read with that in mind; otherwise his writing might be seen as lacking political correctness. Best to be read one at a time, as they were writen.
Recommended for those who want to have a small taste of Brazilian literature.
"A Vida Como Ela É" poderia bem chamar-se "Tratado sobre o adultério". Praticamente todos os 100 contos que li são sobre um homem que trai a mulher, a mulher que trai um homem, traídos que aceitam a traição, traídos que se matam ou matam os outros. A vida será mesmo só assim? Hmmm 🤔 Sem dúvida que a leitura é divertida (ri-me bastante com algumas situações), mas confesso que acabei por achar um pouco cansativo. Se calhar, a culpa foi minha por ter lido tudo de uma só vez.
Eis que, dois anos mais tarde, termino este livro. Conhecia Nelson Rodrigues pela sua fama de polémico e como autor da famosa frase «Dinheiro compra tudo! Até amor verdadeiro», que aparece no conto/crónica «As Chagas do Mendigo», página 69, filosofia que, no final, não se confirmou.
O mundo rodriguiano é um mundo de pular a cerca, vidas conjugais, traições, encontros amorosos clandestinos, mortes heroicas ou cómicas mas inverosímeis.
Nelson Rodrigues opta muitas vezes por um final do género:
«Desesperada do marido, que falava pouco, quase não falava, Maria Lúcia enforcara-se. Uma corrente de ar mexia nas suas saias.» Ou por um conhecimento ocasional: «Na véspera, conhecera Marilena. Fora um desses flertes deliciosíssimos de ônibus. Viajaram em pé, lado a lado, cada qual pendurado na sua argola. Quando saltaram, no mesmo poste, era evidente que a simpatia era recíproca e irresistível.»
Escreve bem e com graça mas é repetitivo ad nauseam.
«Topas morar num quarto comigo? Era um momento crucial. Jacira, porém, foi magnífica. Respondeu à altura: - Com você, meu filho, eu topo tudo!»
Este é um livro de contos para ser lido um, dois contos ao dia. Me explico, todos tratam ordinariamente do mesmo assunto relações maritais, família e moral. Ler vários contos em sequência fica massante, sem graça e as tonalidades que os diferenciam ficam borradas. Por outro lado, a leitura em pequenas doses se mostra prazerosa, rica e viciante. O dia que não lia pelo menos um, sentia falta.
O autor é genial, original e criativo. O texto se mostra datado pelos valores morais, gírias e situações de uma época. Mas é delicioso para a imaginação.
Boas pequenas doses, atenção pode causar dependência!
Um pouco cansativo dada a repetição dos temas e da estrutura. Chama atenção a linguagem de Nelson que era por vezes pueril, palavrões não aparecem, mas xingamentos que me remetem à minha infância aparecem com frequência... Tipo palhaço, cafajeste, etc. Além disso, sem querer cair no policiamento do politicamente correto, a imagem da mulher que tinha Nelson era marcadamente machista, mas isto não diminui em nada a grandeza do autor, apenas significa que neste aspecto o texto parece datado.
Nada a reclamar do estilo do Nelson Rodrigues que é gostoso que nem o melhor PF de esquina. Agora...é tanta história de safadeza, de trapaça e gáia, que às vezes a gente se sente lendo um livro de piada de sacanagem do Ary Toledo. Sei lá, acho que a vida para o Nelson Rodrigues é uma versão exagerada de como ela realmente é.
Sem dúvida que Nelson Rodrigues é um grande escritor e se revela um grande cronista neste livro. O único problema é que assim, reunidas em volume, a leitura se torna um pouco monótona dada a semelhança do tema, da construção, havendo até, por vezes, alguma repetição. Tendo em conta que foram escritas e publicadas entre 1951 e 1961, espanta-me a ousadia.
As histórias são boas e não tão chocantes quanto eu imaginava. Algumas chegam a ser divertidas, porém em outras há um certo exagero. Mas são muitas para se ler de uma vez, após certo tempo passam a ser repetitivas e até previsíveis. Melhor ler aos poucos, intercalando com outras leituras.
Coletânea de contos publicados num jornal brasileiro entre 1951 e 1961 e selecionados por Abel Barros Batista. O tema é sempre o casamento e o adultério em toda a sua gama cromática. Ri-me muito com alguns deles, o desenvolvimento da trama é sempre engenhoso mas, na maior parte, o fim é abrupto e desconcertante, como se o autor precisasse de despachar o assunto pressionado pelo fecho da edição. Tendo em conta a época e o meio onde foram publicados, surpreendem pelo caráter pícaro, libertino e pela linguagem insinuante mas gráfica q.b., não me parece que fosse possível deste lado do Atlântico naquela época. Nelson Rodrigues é uma lenda no Brasil e estes contos são filhos do seu tempo e de uma sociedade que já quase não existe, lidos em 2023 perdem o seu caráter escandaloso que lhes dava outro brilho há 70 anos.
4 meses para ler este livro . Nem podia ser de outra maneira. É um conjunto de 100 crônicas que Nelson Rodrigues foi publicando semanalmente num jornal . Optei por ler 1 ou 2 por dia . Ao princípio não achei grande graça mas à medida que fui lendo fui sendo conquistada pela subtil ironia do escritor, pelo seu humor e pela sua escrita . As histórias repetem-se e o tema é sempre o mesmo: o adultério, a traição , o casamento no seu pior. O tom é machista mas revela muito de real na sociedade brasileira da época . O autor foi-me aconselhado por um tradutor e crítico literário cuja opinião muito considero . Talvez leia outro dos seus livros pois acredito nas qualidades de bom escritor de Nelson Rodrigues.
Muito bom! O jeito leve e "sem vergonha" como Nelson Rodrigues escreve deve ter escandalizado os leitores de sua época. O problema é que reunidas, as histórias perdem um pouco de sua identidade, se tornam repetitivas, o que torna o livro meio maçante.
Finalmente terminei esse “A vida como ela é”, coletânea de contos/crônicas escritos pelo Nelson para o jornal carioca “Última hora”. Confesso que levou mais tempo do que eu imaginava. Foi bem cansativo. Eram crônicas escritas para um jornal diário. O público, acredito, lia uma ou outra e havia, é claro, um espaço de dias entre a publicação de cada uma delas. Ler várias em um mesmo dia é exigente. É pesado, mesmo. De modo geral, tratam de um mesmo tema: a traição. É um tratado da “cornitude”. É óbvio que essa é só a camada mais superficial. A traição é na verdade a expressão de algo mais profundo. As crônicas apresentam dois mundos: um superficial e outro profundo. O primeiro é aquele que todos nós conhecemos: trabalhamos, estudamos, dormimos, temos uma vida social respeitável e por aí vai. Tudo isso, porém, é falso. O Nelson apresenta sem maiores delongas aquilo que para ele é o verdadeiro mundo: o mundo das pulsões e dos desejos que nos comandam verdadeiramente. No fundo, nossa consciência é uma ilusão, ou melhor, é uma mentira. Na realidade, o que nos move são os nossos desejos. Em todos os contos é isso. E essas pulsões são, no final das contas insaciáveis. Uma se segue após a outra. No final, somos apenas animais. Muitas dessas pulsões são, entretanto, indizíveis e sua satisfação não necessariamente nos traz satisfação. Só a ânsia por uma nova. Um exemplo, entre tantos, é o do sujeito que passa a frequentar a casa de duas irmãs. O pai, um certo dia, o coloca contra a parede: deve decidir com qual das irmãs pretende ter algo sério. Escolhe uma, sem convicção porque, na realidade deseja as duas. A tragédia se anuncia. A irmã rejeitada, inconformada, fará algo que arruinará para sempre o casamento. Enfim, a tese do Nelson me parece ser a de que somos apenas escravos dos nossos desejos que nascem das nossas pulsões animais. Nossa infelicidade se dá por causa desse descompasso entre o desejo mais profundo e aquilo que há no mundo das aparências.
meu deus que livro cheio de corno. os 5 primeiros contos cumprem o papel de entreter mas logo fica óbvio que todos eles giram em torno do mesmo assunto: tragédias milaborantes, paixões incovenientes e chifre, muito chifre. a escrita é muito boa, mas ler praticamente a mesma história capítulo após capítulo cansa rápido.
Gostei da capa desse livro quando o vi sendo vendido por um desses vendedores de rua que colocam os livros nas calçadas. Estava totalmente sem dinheiro e fiquei indeciso se o comprava ou não. Passado o charme, foi o tempo de eu correr em casa para pegar a grana, e voltar, para que o livro já não estivesse mais lá. Era o que faltava para que eu ficasse enamorado.
Cheguei em casa, baixei um pdf do livro. Li o primeiro conto, achei maravilhoso. Mas parei, tinha a intuição que essa era um livro a ser lido no papel. Queria isso.
Começou então o período de flerte com essa edição, mas nunca a achei em nenhum sebo. Passei meses procurando na net algum exemplar com um precinho camarada, mas só me deparava com cifras exorbitantes. Finalmente, dois anos depois, fui agraciado com um promoção na Shopee, e comprei logo dois exemplares, cada um com 100 contos diferentes.
Acho que nada seria capaz de atingir a expectativa que criei depois desse longo namoro. De qualquer forma, valeu muito a pena esperar. Uma leitura caricata, absurda e exagerada do cotidiano carioca dos anos 50. Prosa muito bonita. Eu não tenho tanta intimidade com o português assim, então a experiência foi gostosa. Já tinha intimidade com outras propostas do Nelson Rodrigues de outros momentos, mas a sua prosa se sobressaiu a tudo que eu conhecia anteriormente.
São 100 histórias de moral e (bons) costumes, ambientadas à pequena burguesia, em que o poder transgressor do desejo abala todos os convencionalismos. A ousadia é espantosa, tendo em atenção o tempo em que os textos foram escritos. A escrita é galvânica, com a clareza, a velocidade e a simplicidade dos jornais (pelo menos dos de antigamente). Dada a semelhança de temas, e o facto de estas histórias terem sido criadas para serem lidas, autonomamente, em crónicas de jornal, pode tornar a leitura da edição original pouco entusiasmante, de modo que talvez seja preferível a recente edição 'abrégée' portuguesa, da Tinta da China, que apresenta uma seleção, de Abel Barros Baptistas, de 60 destas pérolas.
100 crônicas sobre loucura, traição, casamento e outros temas do dia dia. Contém bastantes histórias parecidas, o que deixa a leitura um pouco maçante. Porém não deixa de ser uma experiência literária bacana e que com certeza pode garantir a você algumas risadas das situação gravadas neste livro.
Short stories about unexpected (and very tragic) things that can happen in relationships/marriages. It has a touch of realistic insensibility, and also some evil hidden inside the characters.
É sempre mais difícil comentarmos a obra de um dos nossos autores preferidos. Tendemos a ser ou demasiado efusivos, ou a ter uma contenção exagerada, para que não transpareça o fascínio desmedido que a obra nos causa.
“A Vida como ela é” não é para ser lido de uma assentada. É para se ir saboreando ao longo da vida, um conto por dia e nem sabemos o bem que nos fazia. Estes sessenta textos foram publicados num jornal ao longo de dez anos e trazem-nos toda a aguarela das personagens rodrigueanas, que ele vai explorar de forma mais profunda em romances como “Asfalto Selvagem” (o meu preferido da vida) e “O Casamento.”
Também não é para os facilmente impressionáveis. Ou se calhar é mesmo para esses. Por aqui encontramos a flor da obsessão com a traição (tanto por parte do homem, como da mulher, como de ambos), traduzida em todas as suas formas. A morte como a solução final para a vergonha, o inusitado entre o casal que, a volúpia delas e deles, a homossexualidade reprimida ao ponto de magoar, o sexo como algo que responde a um instinto básico de uma vontade incontrolável.
Aparecem aqui também os símbolos preferidos do autor: a roupa interior, o revólver, o vestido de noiva, a nudez castigada, o morder do lábio inferior, o desejo que ferve entre amantes que não se podem sequer olhar.
Além de um sentido de humor brilhante (a tia que aparece no velório é que toda a gente achava morta), expressões características da linguagem do autor: “Batata?”
Nelson Rodrigues toca mais uma vez na visão do anjo pornográfico sobre as relações. O impacto da emancipação do amante descontente, o grafismo com que se refere às emoções. Quase uma pornografia emocional. Talvez seja esta uma das expressões que melhor resume o conteúdo destes contos.
Minha primeira experiência com um audiolivro me fez refletir sobre a importância da narração e do narrador em detrimento do enredo. Decidi expor a minha reflexão com observações, e consequentes aprendizados, por aqui. Para mim, era essencial um narrador que atraísse a minha atenção, me fizesse ser toda ouvidos, porque ele é a única forma de se absorver o conteúdo nesse formato. A narração do Milton Gonçalves foi excepcional quanto à essa, digamos, exigência. Sei que isso também se deve ao texto do Nelson Rodrigues, porém, no caso do audiolivro, a enunciação foi responsável por me fazer criar expectativas pelo enredo desde o começo do conto e mantê-las até o último momento, quando a revelação finalmente acontece. Não gostei do final em alguns casos, mas não posso negar que me interessei, por conta do narrador, pelos eventos que o antecederam. Contudo, também houve certos contos em que não gostei de nenhuma parte, mesmo que a narração deles tenha me agradado e muito. O que levo comigo dessa estreia no mundo dos audiolivros não é tanto o enredo, o conteúdo em si da obra, como geralmente acontece com os livros escritos, e sim ideias relevantes sobre a narração enunciada como o foco do leitor e sobre os efeitos quando a escrita e a fala se encontram. Eu arriscaria dizer que esse encontro se trata de uma polifonia bem-sucedida entre Milton Rodrigues e Nelson Gonçalves. (Sim, a maneira que encontrei para representar o entrelaçar das duas vozes foi misturando os nomes. Culpem o distanciamento social).
A Vida Como Ela É... by Nelson Rodrigues is a collection of 100 short stories that dive into the raw and often unsettling realities of human relationships. The stories are undeniably captivating, with Rodrigues's sharp dialogue and vivid descriptions bringing his characters to life. However, given the sheer volume of stories in this collection, it's natural that the quality varies significantly from one story to the next. Some tales are masterfully crafted, leaving a strong impact, while others feel more like filler, lacking the same depth and originality. This unevenness can make the reading experience less consistent.
Moreover, the structure of the book, originally written for weekly newspaper columns, becomes a drawback when the stories are read in sequence. The repetition of certain themes and the presence of similar storylines can make the collection feel monotonous and tiresome. While the book offers a deep dive into mid-20th century Brazilian society and human behavior, the sheer number of stories and the inevitable overlap in content can make it a bit of a slog to get through. For these reasons, I would rate A Vida Como Ela É... 3 out of 5 stars. It's a collection worth reading, but perhaps in smaller doses to fully appreciate its merits.
Entre esta edição, a da Companhia das Letras e a da Tinta da China, li 137 contos das quase duas mil histórias de amor que Nelson Rodrigues escreveu diariamente para o jornal Última Hora de 1951 a 1961. Os pormenores curiosos do quotidiano carioca nos anos 50 estão lá, a rebeldia do autor, que me leva a querer lê-lo noutros tipos de registo, também. No entanto, talvez a exigência de calendário imposta por uma publicação diária tenha levado a que estes contos se tornassem repetitivos e previsíveis.
"- A minha amiga tem lido o Drummond, o Carlos Drummond de Andrade! O poeta! Pois é. A gente vive aprendendo. O Drummond é contra Brasília. Mete o pau em Brasília. Acompanhe o meu raciocínio. Se o Drummond não aceita Brasília, é um falso grande poeta. Não lhe parece? A senhora admitiria um Camões que não aceitasse o mar? Um Camões que, diante do mar, perguntasse: «Pra quê tanta água?» Pois, minha senhora, creia. Recusando Brasília, o Carlos Drummond revela-se um Camões de piscina ou nem isso: um Camões de bacia." Nelson Rodrigues - A Vida Como Ela É... - "Covardia"